sexta-feira, junho 1

* Oba..! Junho..! Festas Juninas....




Na minha pré adolescência, quando dos 9 anos 12 anos ainda se chamava infância, morei em uma cidade do interior de São Paulo, hoje uma das maiores do estado. Desta cidade, das frias noites de festas juninas, trago uma das minhas mais doces lembranças de infância.


Havia festa em Santo Antonio, em São João, São Pedro, na escola, na casa da vizinha, na igreja do bairro e uma muito especial no sítio de uma família amiga.
Partíamos da cidade para o sítio, dois dias antes,  as crianças e as mulheres... Havia muito a fazer, preparar a casa, o arraial, as comidas, as bandeirinhas... Lá íamos nós, felizes da vida, em final de aulas...
Eu ajudava na cozinha, descascava espigas de milho para fazer pamonha, mas tinha medo das lagartas das espigas, logo abandonei a missão! Aos poucos achei o que gostava de fazer, torrar o amendoim plantado no sitio mesmo, na casca, em torradeira de café, direto no fogo!! Horas sentada a volta de uma fogueira rodando e rodando a manivela que movia o amendoim para torrar por igual.. E o cheiro da fogueira, do amendoim torrado, que delícia...!!!

Depois, era a vez de debulhar milho seco para pipoca... Só recentemente descobri a riqueza do que tive nas mãos, uma espécie de milho nativo, que se julgou extinta, hoje preservada pela EMBRAPA.

Um milho vermelho escuro, quase preto, que virava uma pípoca muito branca, quase azulada, pequena, macia, de sabor suave! E a mágica eram as espigas com milho de várias cores...rs do branco, passando pelo amarelo, vermelho, ao preto.. Juro que isso existe! rss

Da cozinha saiam os fumegantes bolos de milho, de mandioca, curau, os pés de moleque, doce de batata doce, cor de rosa, paçoquinha, canjica, pinhão, as pamonhas, tudo tinha cara de festa!!!




Mas o dia da festa era o máximo! Daí chegavam os homens para montar a enorme fogueira, o pau de sebo, os mastros dos santos que seriam "plantados" depois da reza.

O pau de sebo era o ponto alto da festa, logo depois da quadrilha..




Agricultores de todos os cantos, com as suas melhores roupas, pratos embrulhados em panos de prato, gente simples, feliz...

Os sanfoneiros!!!! A musica era sempre a mesma, mudava o rítmo, o andamento..rss., mas quem ligava pra isso?


E nas frias e estreladas noites de junho, o cheiro de licor de figo e quentão se misturavam ao cheiro de tochas, fogueira...

Nas brasas da fogueira assavam milho, batata doce, e os antigos mostravam a habilidade e fé andando sobre elas.

E no céu brilhante, ao calor da fogo que aquecia junho, a conversa seguia pela madrugada, à beira da fogueira, enquanto alguns contavam "causos"...

Amo essas lembranças!

Crenças e santos do mês de junho


Santo Antônio  -  Dia 13 de Junho Na noite que antecede ao Dia de Santo Antônio, é costume as moças solteiras fazerem simpatias para encontrar um grande amor e se casarem, já que Santo António é o santo casamenteiro. É também costume levar pães para serem abençoados nas missas em honra ao Santo, para que nunca falte alimento nas casas.









São João  -  Dia 24 de Junho Diz a tradição que as cinzas de uma fogueira de São João curam problemas de pele, também dizem que se as raparigas cortarem as pontas dos cabelos antes de nascer o sol, os cabelos crescem mais fortes. São crendices populares que foram passadas de geração em geração.










 
S. Pedro - Dia 29 de Junho As tradições e crendices populares indicam São Pedro como guardião do ‘Céu’, reza a tradição de quem quiser vender uma casa, reza à são Pedro e leva a uma igreja uma chave de cera com 3 fitinhas amarradas (rosa, azul, e branca). Diz também que á protetor das viúvas e o santo da fartura por ter sido pescador. As homenagens aos santos foram introduzidas no Brasil pelos colonizadores portugueses.






2 comentários:

  1. Onde achar esse milho de pipoca preta? Vi uma receita que deu água na boca

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    1. Olá... Encontrei algumas vezes em São Paulo, na Pça da Liberdade, naquelas mercearias japonezas.
      Até achei graça, alguma coisa que conheci como típica nossa, em meio a doces de feijão e estranhezas orientais.
      O que encontrei é bem miudinho, pretinho, e a pipoca em contraste com a casquinha, fica muito branca, quase azulada, mas é macia e saborosa.
      Obrigada pela visita. Bjos meus

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Agradeço a sua visita e participação.