segunda-feira, março 26

* Mitos e lendas brasileiras




O Brasil é rico em mitos e lendas. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo.
De todas as regiões brasileiras vêm personagens que habitam as crenças populares.

Boitatá - Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".
 


Boto - Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.



 












Curupira - Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
 




Lobisomem - Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos que  encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

 


  Mãe-D'água - Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.



Corpo-seco - É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.




Pisadeira - É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
 



A mula sem cabeça é uma lenda do folclore brasileiro. A sua origem é desconhecida, mas bastante evidenciada em todo o Brasil.
 A mula é literalmente uma mula sem cabeça, que solta fogo pelo pescoço, local onde deveria estar sua cabeça. Possui em seus cascos, ferraduras que são de prata ou de aço e apresentam coloração marrom ou preta. Segundo alguns pesquisadores, apesar de ter origem desconhecida, a lenda fez parte da cultura da população que vivia sobre o domínio da Igreja Católica.
 Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro. Dessa forma, as mulheres deveriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça. O encanto somente pode ser quebrado se alguém tirar o freio de ferro que a mula sem cabeça carrega, assim surgirá uma mulher arrependida pelos seus “pecados”.


Mãe-de-ouro - Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.


Saci-Pererê -  O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.




 
Matintapereira - Uma pequena coruja que canta, durante a noite, anunciando a morte de alguém. Em algumas regiões, é uma mulher grávida que deixa seu feto na rede ou na cama de quem não lhe dá fumo.








 






Porca-dos-sete-leitões - mulher que namorou um padre e, por isso, se transformou num animal semelhante a um porco. Aparece no meio da estrada grunhindo com seus sete filhotes. Em algumas regiões, é considerada a personificação do diabo.





Anhangá (Protetor da caça) - Espírito que vaga pela mata como um fantasma ou assombração. Sua presença pode ser detectada por um assobio e depois disso, o animal que estava sendo caçado, simplesmente desaparece. Ele pode assumir a forma de diferentes animais, mas uma delas parece ser a preferida: a do cervo garboso, com olhos de fogo e cruz na testa, que além de enganar os caçadores, desviando o tiro de suas armas rumo às pessoas queridas, provoca febre, loucura e visões em que o vê. Anhangá é considerado como um protetor da vida na floresta. Segundo a mitologia popular, qualquer pessoa atacada por um animal selvagem, pode salvar-se gritando: ''Valha-me Anhangá!"./ Anhangá é um espírito que vive nas matas, podendo assumir diversas formas quando visível: macaco, morcego, rato, pássaro etc. Ele assinala sua presença com um assobio e a caça desaparece, o que nos remete à imagem e função de protetor. Uma das formas que o anhangá pode assumir é a de um portentoso gamo ou cervo, de cor avermelhada, chifres cobertos de pelos, olhos de fogo e uma cruz na testa, ou ainda um grande veado branco, que desvia o caçador do seu objetivo. Pode-se compactuar com o anhangá, prometendo tabaco em troca da embiara pretendida.



Arranca-Língua - Monstro dos sertões do Estado de Goiás. Nas cidades chamam-no de King-Kong. Outro nome com o qual é chamado é o de Bicho-Homem. Seria um tipo humano, peludo, escuro, que se alimentava das línguas das vacas. Este é, pois, seu malefício: dizima rebanhos inteiros para comer somente a língua. Ataca desferindo urros paralizantes. Deixa pegadas nítidas, de aproximadamente 48 centímetros.



Arvores Encantadas – Mito do estado de Alagoas, são árvores encontradas por caçadores que ora aparecem em um lugar, ora em outro, para confundi-los.


Barba Ruiva - Era um homem de cabelos e barbas avermelhados. De tempos em tempos, sai da água e deita-se na areia tomando banho de sol. Quem o viu afirma que traz as barbas, as unhas e o peito cobertso de lodo. Não foge ao encontrar os mortais, mas nunca lhes dirigiu qualquer palavra. Apesar de pacífico , é objeto de medo e todos fogem dele. Diz-se que era filho de uma mulher que não o desejava e esta o jogou em uma caçimba. Imediatamente depois, do solo, água abundante surgiu e criou-se um lago onde, à noite, ouviam-se relinchos, bater de pratos e o choro de uma criança.



Mapinguari -  é um animal fabuloso, semelhante ao homem, mas todo cabeludo.
Os seus grandes pelos o tornam invulnerável à bala de qualquer calibre, exceção da parte do umbigo.
Segundo a lenda é ele um terrível inimigo do homem, a quem devora e despreza. Mas devora apenas a cabeça.
Acreditam alguns índios Tuixauas que se trata da reencarnação viva de um antigo rei de sua etnia, que no passado habitava aquelas regiões. 
Como o Quibungo africano, o Mapinguari tem a posição anômala da boca, rasgada do nariz ao estômago, num corte vertical, cujos lábios estão sempre sujos de sangue. Depoimentos atestam que seus pés em forma de casco, são virados ao avesso, como o Curupira.
 




Negrinho do Pastoreio - uma lenda do folclore brasileiro surgida no Rio Grande do Sul. De origem africana, do século XIX, período em que ainda havia escravidão no Brasil. Retrata muito bem a violência e injustiça impostas aos escravos.
Havia um menino negro escravo, de quatorze anos, que possuía a tarefa de cuidar do pasto e dos cavalos de um rico fazendeiro. Porém, num determinado dia, o menino voltou do trabalho e foi acusado pelo patrão de ter perdido um dos cavalos. O fazendeiro mandou açoitar o menino, que teve que voltar ao pasto para recuperar o cavalo. Após horas procurando, sem sucesso, ao retornar á fazenda foi novamente castigado pelo fazendeiro. Desta vez, o patrão, para aumentar o castigo, colocou o menino pelado dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o patrão foi ver a situação do menino escravo e ficou surpreso. O garoto estava livre, sem nenhum ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Conta a lenda que foi um milagre que salvou o menino, que foi transformado num anjo.
O negrinho do Pastoreio é tido como o protetor das pessoas que perdem algo. De acordo com a crença, ele sempre ajuda a encontrar objetos perdidos de quem pede sua ajuda. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela ao menino ou comprar uma planta ou flor.


Tive que desistir do assunto para dar como concluida essa postagem, optar por uma pequena mostra... Nosso folclore é muito rico!
Adorei pesquisar sobre o folclore brasileiro!


7 comentários:

  1. Post interessantíssimo!

    Conheci um homem, há muito tempo atrás, que jurava ter visto a tal mula sem cabeça! rs)
    Além de todos esses citados, aqui no nordeste tem uma lenda que corre a respeito da Cumadre Fulozinha, que é o espírito de uma cabocla de longos cabelos que vive na mata protegendo a natureza. E também outras lendas famosas do Brasil foram o Chupa-Cabras e o ET de Varginha.
    Acho que os cineastas brasileiros poderiam explorar mais esses seres no nosso cinema, assim como os gringos gostam de fazer com os seres mitológicos deles.
    Desses seres que vi no post, o que mais me assustou foi esse tal de Mapinguari. Pense num bicho feio e poderoso! rs) E o Arranca-línguas parece ter inspirado o Blanka, do Street Fighter! rarará!

    Parabéns pelo post!

    ResponderExcluir
  2. Pois é, e ainda importamos assombrações! rss No interior de São Paulo, ainda se conta histórias da mula sem cabeça que solta fogo pelas ventas..rss, saci pererê, etc.. Gosto muito!
    Vou pesquisar sobre cumadre fulozinha..rss

    Beijos meus

    ResponderExcluir
  3. Obrigada, Franz, vou entrar e ver esses links. Estou querendo voltar ao assunto, mas o assunto é vasto e o meu tempo anda curto..
    Valeu!

    Beijos meus

    ResponderExcluir
  4. só as lendas underground,

    curiosidade: meu vô disse que já ficou perdido na mata por causa de um saci, e eu acredito nele.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Na postagem sobre o "Dia do Saci" de 31 de outubro, eu também conto um causo que me foi passado de Saci, uma das figuras mitológicas minhas preferidas.
      Ai, ai, quero pesquisar mais sobre o assunto, estava vendo agora os links que me mandou, mas cadê tempo? Quem sabe no feriado!?
      Obrigada,

      Beijos meus

      Excluir
  5. Boa tarde, estou procurando uns livros de folclore brasileiro, divididos em 4 volumes, 1 para cada região do Brasil. E a uma das ilustrações era essa do Negrinho do Pastoreio. Li na década de 1980 e não lembro o título nem do escritor.
    Se puder me ajudar, agradeço.

    att,
    Edson Alves

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Todas as ilustrações e fotos do blog são publicações da internet, mas descobri que essa ilustraçao, em particular, é de J. Lanzellotti.
      http://www.lucianoqueiroz.com/negrinho%20do%20pastoreio.htm
      Quanto à coleção, andei pesquisando e vi algumas coleções por aí na internet mesmo. Dá uma olhada, quem sabe acha alguma pista aqui:

      http://lista.mercadolivre.com.br/cole%C3%A7%C3%A3o-folclore-em-contos-

      Obrigada pela visita,

      Beijos meus

      Excluir

Agradeço a sua visita e participação.