A Lenda de São Nicolau (St. Nicolas, Santa Claus, Pai Natal, Papai Noel)
Nicolau, filho de cristãos abastados, nasceu na segunda
metade do século III, em Patara, uma cidade portuária muito movimentada.
Conta-se que foi desde muito cedo que Nicolau se mostrou
generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido
que tinha três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote
para casar bem as suas filhas, estava tentado a prostituí-las. Quando Nicolau
soube disso, passou junto da casa do comerciante e atirou um saco de ouro e
prata pela janela aberta, que caiu junto da lareira, perto de umas meias que
estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais
velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante,
assim que estas atingiram a maturidade.
Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a
viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que
acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (foi por isso que tornou
também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). Ao voltar de viagem,
decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens
e vivendo na pobreza.
Quando o bispo de Myra da altura morreu, os anciões da
cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de
Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus que lhe disse que
o primeiro homem a entrar na igreja no dia seguinte, seria o novo bispo de
Myra. Nicolau costumava levantar-se cedo para lá rezar e foi assim que, sendo o
primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra.
S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século
IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em
Itália. É atualmente um dos santos mais populares entre os cristãos.
S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É
conhecido como figura lendária que distribui prendas na época do Natal.
Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a
entrega de presentes. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, apesar de ser
retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado
pelos cristãos ao dia de Natal (25 de Dezembro)
A imagem que temos, hoje em dia, do Pai Natal é a de um
homem velhinho e simpático, de aspecto gorducho, barba branca e vestido de
vermelho, que conduz um trenó puxado por renas, que esta carregado de prendas e
voa, através dos céus, na véspera de Natal, para distribuir as prendas de
natal. O Pai Natal passa por cada uma das casas de todas as crianças bem
comportadas, entrando pela chaminé, e depositando os presentes nas árvores de
Natal ou meias penduradas na lareira. Esta imagem, tal como hoje a vemos, teve
origem num poema de Clement Clark More, um ministro episcopal, intitulado de
“Um relato da visita de S. Nicolau”, que este escreveu para as suas filhas.
Este poema foi publicado por uma senhora chamada Harriet Butler, que tomou
conhecimento do poema através dos filhos de More e o levou ao editor do Jornal
Troy Sentinel, em Nova Iorque, publicando-o no Natal de 1823, sem fazer
referência ao seu autor. Só em 1844 é que Clement C. More reclamou a autoria
desse poema.
Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de
vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido
como Pai natal, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também
se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações
natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e
familiares.
Atualmente, Há quem atribuía à época de Natal um significado
meramente consumista. Outros veem o Pai Natal como o espírito da bondade, da
oferta. Os cristãos associam-no à lenda do antigo santo, representando a
generosidade para com o outro.
A Árvore de Natal
A Árvore de Natal é um pinheiro enfeitado e iluminado na
noite de Natal, geralmente nas casas.
A tradição da Árvore de Natal tem raízes muito mais
longínquas do que o próprio Natal.
Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da
agricultura, mais ou menos na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de
Natal. Os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casa
no dia mais curto do ano (que é em Dezembro), como símbolo de triunfo da vida
sobre a morte. Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar
velhos carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na
mesma época do ano.
Segundo a tradição, São Bonifácio, no século VII, pregava na
Turíngia (uma região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos pinheiros com
símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho,
até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular
abeto.
A primeira referência a uma "Árvore de Natal"
surgiu no século XVI.
Dizem que foi Lutero (1483-1546), autor da reforma
protestante, que após um passeio, pela floresta no Inverno, numa noite de céu
limpo e de estrelas brilhantes trouxe essa imagem à família sob a forma de
Árvore de Natal, com uma estrela brilhante no topo e decorada com velas, isto
porque para ele o céu devia ter estado assim no dia do nascimento do Menino
Jesus.
O costume começou a enraizar-se. Na Alemanha, as famílias,
ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos, doces e flores de papel
(as flores vermelhas representavam o conhecimento e as brancas representavam a
inocência). Isto permitiu que surgisse uma indústria de decorações de Natal, em
que a Turíngia se especializou.
No início do século XVII, a Grã-Bretanha começou a importar
da Alemanha a tradição da Árvore de Natal pelas mãos dos monarcas de Hannover.
Contudo a tradição só se consolidou nas Ilhas Britânicas após a publicação pela
"Illustrated London News", de uma imagem da Rainha Vitória e Alberto
com os seus filhos, junto à Árvore de Natal no castelo de Windsor, no Natal de
1846.
Esta tradição espalhou-se por toda a Europa e chegou aos EUA
aquando da guerra da independência pelas mãos dos soldados alemães. A tradição
não se consolidou uniformemente dada a divergência de povos e culturas.
Contudo, em 1856, a Casa Branca foi enfeitada com uma árvore de Natal e a
tradição mantém-se desde 1923.
Feliz Natal!
Interessante, eu não conhecia essa história. Sempre me disseram que o Papai Noel era o garoto propaganda da Coca Cola, mas pelo visto isso não tem nada a ver! rs) Mas em todo caso, foi uma sacanagem criar essa lenda de que o Papai Noel tem que usar roupas pesadas e compridas até aqui no hemisfério sul. Quem já se vestiu de Papai Noel sabe o quanto é duro aturar aquela roupa no calor de 35°C do verão brasileiro!
ResponderExcluirAh, e aproveitando a oportunidade, desejo-te um feliz Natal!
Beijos e margaridas na janela.
Não existe um natal brasileiro! Do Papai Noel suarento nessa roupa vermelha, de botas e arminho, ao boneco de neve, chaminés, até à árvore de natal cheia de luzes e velas, a ceia com frutas secas (altamente calóricas), assados e doces pesados, nada combina com nosso clima tropical. Já que insistimos em comemorar o Natal está na hora de encontrarmos uma identidade para o Natal brasileiro.
ResponderExcluirFeliz Natal pra você também, querido!
Solidariedade, beijos e margaridas na janela.