terça-feira, julho 31

* SETE!




SETE 
São as cores do arco íris
As vidas dos gatos
Os pecados capitais
As notas musicais
As maravilhas do mundo
Os chakras metafísicos
Os anões de branca de neve
Os mares do planeta Terra
Os dias da semana
O que se pinta
As colinas de Roma
Os sacramentos
As igrejas da antiguidade
Os dons do Espírito Santo
São as artes
Os sábios da Grécia
As virtudes divinas
Segundo os chineses:  7. pāːt  — sorte inesperada, prosperidade fāːt
Segundo a numerologia: Sete é o número perfeito, que na representação geométrica pode ser simbolizado por um triângulo sob o quadrado (espírito anima a matéria), pelas casinhas que as crianças fazem em seus primeiros desenhos, das construções de pirâmides, etc. Platão dizia: No sétimo dia foi criada a "alma do mundo": (Adam Kadmon)
... e muitas coisas mais..rss

O Energia Paulistânica nascido em 01.01.2012 (1+1+2+1+2) é sete. Esse é o perfil de um SETE:


Ele entra em casa. Tira o sapato, coloca uma música tranquila e regula a luz para que ela ilumine suavemente o ambiente, criando um clima intimista. Pega uma bebida e se acomoda na poltrona preferida, com um livro na mão. Pronto, agora ele pode fazer o que mais gosta: ler e refletir sobre a vida. Analisar as pessoas. Pensar sobre os mistérios do universo. Afinal, ele é um perfil Número 7.
Ele precisa de paz e de sossego. Se puder, vai morar numa chácara. Ou numa casa com quintal, com árvores e muito verde em torno. Numa rua tranquila, em que ele ouça apenas o som do canto dos pássaros. Pois ele precisa de silêncio e do contato com a natureza, para recarregar as suas baterias.
Tudo isso para proteger a sua imensa sensibilidade. Que lhe dá a habilidade de sentir as pessoas, e percebê-las em seu interior. O seu senso natural de psicologia é ampliado pela sua capacidade de observação; enquanto as pessoas falam, o 7 muitas vezes fica quietinho, só observando e analisando - para compreender como elas funcionam. E como as coisas são.
Sua alma de pesquisador adora desvendar o desconhecido. Ele não tira conclusões precipitadas: paciente, sabe esperar para chegar às suas verdades. Ele pega um ponto, levanta hipóteses, e vai desfiando a trama, esmiuçando, refletindo, depurando, até chegar ao cerne da questão. Seu pensamento se alia à sensibilidade e à intuição, numa forma toda própria de fazer as suas descobertas.
Por isso mesmo, não consegue funcionar bem sob pressão das pessoas ou do tempo. Prefere fazer as coisas com calma, para conseguir exatamente o que quer. Detalhista, ele precisa de tempo para pensar, pois gosta de planejar as suas estratégias. Sabe esperar a hora certa, e se prepara para a ação. Como o arqueiro, que estica a corda com cuidado, para lançar a flecha no alvo exato.
Tem a capacidade de ouvir o outro com calma e atenção, e da mesma forma, ama a música – clássica, new age e MPB - que o transporta para outros universos em sua imaginação e sensibilidade. Por outro lado, nada o incomoda mais que o ruído ritmado de uma gota d’água pingando na pia ou o barulho alto dos lugares movimentados.
Gosta de arte, e além da música, muitas vezes se liga à dança, pintura e ao desenho. O seu trabalho será sempre minucioso, como só um perfeccionista voltado a detalhes pode fazer.
Introvertido, prefere conversar individualmente ou num pequeno grupo de amigos em um restaurante tranquilo, do que sair para festas e shoppings. Veste-se discretamente e com cores neutras, pois não gosta de chamar a atenção. É delicado no trato, mas reservado sobre a sua vida pessoal, e confia apenas nos mais próximos.
Tem necessidade de ajudar as pessoas, e muita vez toma as suas dores e sofre com elas. Isto pode lhe desequilibrar, uma vez que a sua sensibilidade pode às vezes funcionar como uma antena para-raios, catalisando para si mesmo as energias negativas dos outros. É importante que ele aprenda a ajudar sem se envolver tanto nos problemas alheios. E utilize a sua antena como um sensor, que lhe informe sobre a energia das pessoas e ambientes, e lhe mostre até onde pode ir, sem perder a harmonia.
Esta mesma sensibilidade psíquica também lhe permite acessar altas sintonias, e muitas vezes o 7 é inundado por um sentimento de paz, que se irradia em torno, como se estivesse imerso num oceano de tranquilidade, silêncio e luz.(somos todos um)  

Findo o sétimo mês do ano, julho, o ENEPA completa seu sétimo mês de existência, com dezesseis seguidores (1+6=7), com 34 (3+4=7) postagens no mês e bla bla bla.., mimimi..rsss.. e aproveito para mais uma vez dizer a todos...


Em paulistanês: Valeu!


 Beijos meus

segunda-feira, julho 30

* Por enquanto, muita saudade...

Tenho recebido algumas visitas de uma cidade do interior de São Paulo e me lembrei de um amigo muito, muito querido...



Só nós dois poderíamos entender o significado dessa música.

Noite boa para todos!

domingo, julho 29

* Playcenter fecha as portas depois de 39 anos!





Em São Paulo, o Playcenter, um dos parques de diversões mais tradicionais do país, vai fechar as portas. O local vai receber investimento de R$ 40 milhões e será remodelado para atender ao público infantil.
Entre diversas atrações, um dos brinquedos que mais fez sucesso no Playcenter era o "Castelo dos Horrores", visitado por nove em cada dez frequentadores.


Ao longo dos 39 anos, acidentes também marcaram o funcionamento do parque. Como a morte de um garoto de 11 anos, após cair de um brinquedo, em 1995.



 
Visita do Michael Jackson ao Playcenter (1993)

Milhares de pessoas do mundo inteiro gostariam de estar no Playcenter naquele dia 13 de outubro, às 20 horas. É que naquele exato momento chegava ao parque um dos visitantes mais ilustres que o Playcenter poderia receber na época, o megastar Michael Jackson.

No Playcenter a informação que ele viria chegou por volta das 14 horas daquela quarta-feira. Michael Jackson que adorava parque de diversões, em sua turnê pelo Brasil na época, queria ir brincar no Playcenter, mas sem a presença dos visitantes.
Após acertos com a diretoria do parque, quatro seguranças estiveram minutos antes para verificar se estava tudo Ok no parque e deram o sinal verde para Michael Jackson. Em poucos minutos o astro chegou ao parque, vestindo um jaleco militar, chapéu preto e óculos espelhados, acompanhado de 15 pessoas de sua equipe e mais três crianças. Na época, como a notícia havia vazado, muitos jornalistas e curiosos se aglomeraram na entrada principal do parque, que ficava onde hoje temos a Boomerang e o Cataclisma, com isso eles tiveram que entrar pela entrada que ficava na Rua Rubens Meirelles, próxima da Montanha Encantada.
A direção do Playcenter convocou apenas 12 colaboradores para acompanhar o ídolo e operar os equipamentos. O Enterprise foi o primeiro a ser escolhido por Michael Jackson, onde ele tirou o chapéu e os óculos pela a primeira e única vez durante a visita. Sempre falando pouco e com a voz baixa, ia escolhendo os brinquedos juntamente com as crianças que o acompanhavam. O segundo foi o La Bamba, e na sequência a Casa dos Monstros, Ciclone, Tornado, Barca Viking, Trabant, Alpen Blitz, Gigantona, Labirinto, Montanha Encantada e Sombras Mágicas.
Segundo funcionários da época que o acompanharam, Michael Jackson foi discreto e educado,  agradecendo o operador cada vez que saía dos equipamentos. Demonstrou grande satisfação pela Montanha Encantada, atração em que ele saiu aplaudindo.
Durante sua visita pediu música dos Beatles e foi prontamente atendido. Depois sua própria música tocou a pedido de uma das crianças.
Já próximo das 22h30, antes de sair do parque, Michael pediu algumas das frutas do antigo stand de caramelados, que foram encaminhadas no dia seguinte ao hotel em que estava hospedado. Michael Jackson permaneceu no Playcenter durante duas horas e meia e o fato foi noticiado em todos os meios de comunicação do país.
Em toda a sua história, o Playcenter sempre recebeu de braços abertos os visitantes ilustres, mas lembra que os verdadeiros e mais importantes astros são os milhares de anônimos que frequentam o parque e mantêm o nome do Playcenter cada vez mais vivo. (Blog do Playcenter)

Planeta Terra 2010













 

sábado, julho 28

* Banzo...


Banzo


Saudade da África. Acredito que o único sinônimo da palavra saudade da língua portuguesa.

Hoje mexi em algumas lembranças afetivas e como tenho algum medo da palavra saudade, me peguei sentindo banzo, nostalgia... Dói menos!

Banzo da cocada de tia Alice, do sabor das uvas plantadas pelo meu avô, do cheiro de lápis de cor, de banho de mangueira em tarde de verão, de malas prontas, de comer caranguejo na beira da praia, de observar a algazarra de um bando de maritacas, do perfume de lenha queimando, de sementes germinando, do calor de uma lareira, de sentir a terra sob os pés nus, de uma gargalhada espontânea, do toque de sinos de igreja, de não ter pressa, do som de folhas farfalhando pelo vento, de observar o nascer do sol em segurança, do silêncio, de um livro novo, do encantamento com uma boa música desconhecida, do canto do sabiá laranjeira nas madrugadas, de me perder e principalmente me achar. Banzo de mim!

Tenho uma certeza, sempre sei quando sou feliz!

quarta-feira, julho 25

* Artistas de rua!


São Paulo é uma cidade caótica, poluição de todos os tipos, nessa época, baixo índice de umidade do ar, gente apressada na diversidade dos tipos físicos, origem, vestimentas, interesses, obrigatória garrafa dágua na mão, em trânsito frenético, transporte público lotado o dia todo, ruas paralisadas pelo grande fluxo de veículos particulares, falta de segurança... e em meio a tudo isso, artistas de rua, vários, em todas regiões movimentadas colaboram para tornar mais agradável circular por essa cidade grandiosa.
Faço parte do pessoal que esquece o que está fazendo para ouvir a boa música, seja no piano dentro da estação do metrô, seja no meio da rua, na frente de prédios históricos, a voz agradável do cadeirante cantando Jota Quest, as performances de dança, dos grafites nos locais mais inusitados, das estátuas vivas, essas me fascinam particularmente! Esses artistas imóveis podem passar despercebidos por algum transeunte desatento!
São Paulo é uma festa, viva os artistas de rua!





















































 Pois é, mas temos um prefeito que se incomoda com isso, mais do que com as suas atribuições!!!

Proibidos de receber doações, artistas de rua de SP se dizem perseguidos por Kassab 
São Paulo – Em pé, em cima de um caixote, em ruas e praças da capital paulista, a estátua viva do homem prateado tem movimentos leves e calmos. O silêncio é outra de suas características. Ele trabalha quase sem fazer barulho. Os sons só mesmo os que a plateia de passantes produz, admirada e surpresa. “É uma arte tão sutil, tão elevada”, diz Carmen Lúcia, que mesmo carregando várias sacolas parou para apreciar o trabalho.
Trocar de posição, só quando cansa ou um expectador generoso deixa uma doação na ânfora. Grato pela contribuição, o homem vestido de cowboy, com o corpo coberto por tinta prata e lentes verdes claríssimas, se move lentamente – para não destoar da função, nem assustar – e solta um chiado baixinho, de robô enguiçado. Estende a mão e oferece uma pedrinha ao passante gentil.
Nos últimos meses, o silêncio do trabalho, antes só quebrado pelo barulho das moedas ao caírem em sua ânfora, foi substituído por constantes avisos de policiais militares de que artistas de rua, como o Homem Prateado, cantores, repentistas, entre outros, não podem mais se apresentar no centro de São Paulo se receberem contribuições do público. “O coronel disse que posso trabalhar sem ânfora”, revela o Cowboy Prateado, contrariado com a deliberação da prefeitura de São Paulo. “Ele (o coronel) trabalha de graça? Ele tem conta para pagar, nós também temos”, reclama o artista.(famalia.com.br)


terça-feira, julho 24

* Machismo ainda????????



Que coisa mais primitiva!!!!
Machismo ainda?


Embora as mulheres tenham conseguido grandes vitórias profissionais, sabemos que elas ganham menos que os homens e têm que ralar muito, e até engolir a sua feminilidade para “subir na vida”. No Brasil, por exemplo, apenas 13,7% dos cargos executivos das empresas são ocupados por mulheres, segundo dados da pesquisa realizada em 2010 pelo Instituto Ethos em parceria com o IBOPE. 


Estranhamente a maioria dos brasileiros elegeu uma presidente para governar o país. Provavelmente o fato ocorreu, pois associaram Dilma à Lula. Mesmo assim a presidente, ou presidenta como ela prefere, recebeu críticas ferozes. Alguns diziam que ela era “dura”. A candidata Marina Silva também foi criticada devido à sua forma de vestir-se e pentear-se. Esperavam o quê? Provavelmente que candidatas à presidência se comportassem como “barbie girl”. 






Como as características do universo feminino ainda são poucas e até muito mal estudadas ainda se confunde o estereótipo do que é ser mulher com a verdadeira e forte essência feminina. Assunto que estudo desde 2001. É bom lembrar que mulheres sempre trabalharam e viram sua força ser aniquilada com o patriarcado exercido principalmente a partir da religião judaica cristã.



Os tempos mudaram, mas muitos homens ainda são machistas por aqui. Nem sempre as mulheres são sequer ouvidas. Acho que você já teceu algum comentário brilhante que não foi nem sequer ouvido pelos homens ao redor. E cinco segundos após o mesmo comentário foi repetido por um homem e não só ouvido como aplaudido, reconhecido e até implementado por todos ao redor. Parece que alguns homens e até mulheres não prestam muita atenção àquilo que é dito por uma mulher. Dizem que as mulheres falam duas vezes mais do que os homens, o motivo me parece óbvio: Elas precisam repetir e repetir para se fazerem ouvir. No mundo empresarial, repito, a respeitabilidade se dá quando o componente masculino, tanto no comportamento dos homens como das mulheres, se faz presente. Li uma pesquisa uma vez que dizia que até a voz das mulheres que trabalham é diferente da voz das mulheres mais femininas.

Se no descolado mundo empresarial a coisa anda, mas ainda é devagar, na esfera pessoal ela engatinha. Não só no Brasil, mas no mundo as tarefas domésticas em termos percentuais são de competência feminina. A carga horária dedicada ao lar (tarefas e/ou gerenciamento) ainda é das mulheres. Os homens até “ajudam”, mas não veem como responsabilidade sua a rotina doméstica. As mulheres por serem multiprocessuais acabam por ficar extremamente cansadas.

Já que cabe a elas: o gerenciamento do lar; a execução de tarefas domésticas (ter empregada doméstica hoje em dia está sendo considerado “out”); a responsabilidade junto aos filhos e seu desenvolvimento e até a de manter a chama do casamento sempre acessa graças a fogo e paixão. Sem contar, é óbvio, que devem estudar para poderem competir no mercado de trabalho, trabalhar e manterem-se eternamente jovens, lindas e com corpões sarados. Um dos requisitos mais bem vindos (segundo a visão dos homens) que uma mulher deve possuir, conforme uma pesquisa que li, é o bom humor. Vamos e venhamos ter esta disponibilidade toda de fato não é para qualquer uma e é no mínimo desumano.

Mulher normal passa baton “enquanto” coloca gasolina no carro. O “enquanto” é uma palavra bastante usada pela mulher moderna, já que ela tem que fazer mil coisas ao mesmo tempo. E segundo o que tenho observado elas andam muito cansadas.
Mesmo com esta versatilidade feminina o machismo se impõe e no nosso país o número de atrocidades cometido contra elas é um verdadeiro absurdo. Freud falava da inveja do pênis, acredito que nos tempos atuais muitos homens tem inveja da vagina, inveja deste “modus operandi” feminino. Quantas mulheres bonitas, trabalhadoras e boas mães estão sendo assassinadas por companheiros ingratos e machistas?







Está mais do que na hora de valorizar este ser ligado à vida, à ética e ao amor. Aliás, quem ama, não exaure, não espanca e nem sequer mata. Quem respeita profissionalmente ouve o que a mulher tem a dizer. Não faz dela motivo de piadas e muito menos de chacota nos corredores da empresa. (portal café Brasil.com.br – Suely Pavan Zanella)





Meu respeito a todos os homens que respeitam mulheres. Todos temos preconceitos, o importante é que não deixemos de pensar, questionar sobre eles.




sábado, julho 21

* Entrevista com Letícia Fernandes..

Quem?...

 Esse é pseudônimo de uma jornalista com um projeto no mínimo inusitado. Existem mulheres, mulheres, mulheres e mulheres.. Viva a diversidade!

Ela quer transar com cem homens em um ano. E conta por quê.
Uma blogueira brasileira queria mudar algumas coisas em sua vida. E encontrou um projeto: ter relações sexuais com 100 homens
Imagine um furacão sexual. Descubra que ela tem aparência comum, não chama a atenção quando entra em um café, tem cerca de 30 anos, cabelos tingidos de loiro, um rosto comum e um corpo nada escultural. É muito sorridente e protegida pelo pseudônimo Letícia Fernandez. Desde fevereiro, ela tenta colocar em prática um projeto: transar com cem homens em um ano. Desde fevereiro, foram mais de 30 no projeto – quase 120 em sua biografia. Está atrasada no cronograma, mas isso é o de menos. Sim, ela sempre gostou de sexo. E depois de uma temporada de crise pessoal que durou um ano, a cama ficou fria e vazia. Então incluiu nas resoluções de ano novo que iria retomar a vida sexual. Blogueira desde 2001, decidiu relatar a experiência no blog Cem Homens, em que conta alguns dos casos e posta textos sobre sexo.

No momento, Letícia se envolveu com um dos homens que conheceu durante o projeto. Mas isso não significa que tenha desistido. “Hoje não tenho vontade de sair com outra pessoa, mas sei que vou sentir”, disse na entrevista ao iG. E, depois de muitas polêmicas, quando chegou ao homem 28, decidiu parar de postar relatos numerados. Abaixo, ela conta como a experiência está mudando sua forma de perceber a si mesma, sua relação com os homens e o sexo casual.

iG: Como era sua frequência sexual antes de começar a escrever o blog?
 Letícia F.: Sempre fui uma pessoa sexual. Antes do blog já tinha transado com cerca de 80 homens. Mas nos últimos anos, mudei para São Paulo, e, por uma série de mudanças físicas e psicológicas, eu meio de deixei a parte sexual da minha vida de lado. No fim de 2010, tomei essa resolução de ano novo. Eu não estava gostando de mim nesse sentido.
iG: Por quê?
 Letícia F.: Quando você tem parceiros muito espaçados, tende a colocar muita expectativa num cara só, começa a se encantar, achar que ele é uma graça. E ele não é, mas você está carente e pensa assim.

iG: O que levou a essa fase com menos sexo?
Letícia F.: Quando eu vim morar aqui, não conhecia muita gente. O primeiro ano foi muito difícil, não me sentia segura para conhecer pessoas.
iG: Você acha que essa variedade de homens na sua vida não gera dificuldade de criar laços mais fortes?

 Letícia F.: Poucas pessoas deixam marcas na sua vida, independentemente do sexo. Tem alguns que eu nunca mais vi na minha vida e, se encontrar na rua, finjo que não conheço. Mas se é bacana, por que não repetir e conhecer a pessoa melhor?
iG: O blog mudou sua forma de ver a relação entre homem e mulher? Qual foi a mudança mais significativa?




 Letícia F.: Aprender a não depender do amor do outro. Eu esperava o telefonema no dia seguinte, ficava mal. Às vezes acontece, algumas pessoas são mais importantes do que outras. Mas passei a não depender disso. Eu me envolvia emocionalmente com homens que não tinham nada a ver comigo. Ficava esperando que gostassem de mim, como se namorar fosse uma espécie de prêmio: “olha que legal esse cara continua querendo sair comigo”.
Parei de me destruir nesse sentido. O problema não era eu, simplesmente às vezes não bate. Tinha um amigo que era uma graça, a gente gostava das mesmas coisas. Eu beijei ele, não aconteceu nada além disso, mas virei a louca obsessiva, fiquei no pé. E cada vez que eu cruzava com ele, derretia, tremia. Parei de ver essa coisa de “feitos um para o outro”. Foi libertador.




iG: Já namorou?
Letícia F.: Já, e não foi bom, porque o namorado não era legal. Hoje eu tenho interesse em uma pessoa especificamente. A gente está aprendendo a lidar com isso, porque hoje eu não tenho vontade de sair com outra pessoa, mas sei que vou sentir. Mas não tenho nada contra quem namora, quem casa. Sou contra quem acredita que existe um príncipe encantado. As pessoas têm que parar com essa mania de colocar a felicidade no outro.




iG: Você acredita que as pessoas criam padrões de quem só serve para transar, de quem serve para namorar, para casar?
 Letícia F.: Criam, e isso é errado. Se você é uma pessoa normal, não vai ser perfeita. Quem quer fazer mais sexo tem que aprender a fazer sexo pelo sexo, não esperando que vá sair dali uma amizade ou um relacionamento.





iG: Como você encontra pessoas disponíveis?
 Letícia F.: A maioria das pessoas está disponível, tem muita gente solteira. Uma menina já me perguntou: “você fica com feio? Porque feio eu não quero”. Perguntei se ela vai esperar o Brad Pitt; porque ele não vai aparecer. As pessoas têm outras coisas que são bacanas, e existem outros padrões de belo.




iG: Nunca falta pique ou vontade?
 Letícia F.: Tesão eu tenho sempre. Não vou chegar aos 100 em um ano porque não tenho tempo. Os homens dão muito trabalho. Se você não pode na hora, a pessoa se sente rejeitada. Organizar o encontro é muito cansativo com algumas pessoas. Essa é a parte mais chata. 




iG: Como foi sua educação sexual em casa?
 Letícia F.: Minha família é extremamente conservadora. Sexo não é um assunto. Seria problemático se minha família soubesse.
iG: Muita gente é sexual mas tem conflitos internos pela educação ou outros motivos. Como você resolveu isso?





 Letícia F.: Não sei exatamente. Nunca fui de julgar os outros nesse sentido. Para mim, piranhagem é dar em cima de garotos comprometidos. Sair com vários, sempre achei natural. 
iG: Dos 120 homens com quem você já transou, algum te desrespeitou ou ofendeu?
Letícia F.: Pouquíssimos foram babacas. A maioria foi só sexualmente medíocre. O que às vezes acontece é o cara dizer que fez e aconteceu e não saber nem beijar. É uma forma de machismo. A mulherada é muito mal comida, e existe sim ainda a ideia de que a mulher é um buraco. O cara manda ver, mas é para dizer que deu cinco. Isso existe muito. Percebi com o blog é que a vida sexual das pessoas está pior do que eu imaginava.
iG: Os homens não se apegam a você?
 Letícia F.: Às vezes vira um drama. O homem cria uma expectativa de você ser dele, mas ele não quer ser seu. Quando você não quer ser dele, machuca o ego, a vaidade. A mulher é socialmente impelida a querer namorar. Quando eles se põem na categoria de objeto, se sentem muito mal e esquecem que fazem isso a vida inteira. Que ele fez isso, que o amigo fez isso, que o filho vai fazer isso se não tiver uma educação diferente.

iG: Na sua opinião, qual a razão da agressividade nos comentários contra você?
 Letícia F.: Parte da agressividade é inveja mesmo. Assim como me xingam de puta, xingam outras mulheres por motivos banais. E o curioso é que muitas são mulheres. É um preconceito que está arraigado na nossa sociedade. Muitos homens que me xingam querem ir para a cama comigo. É uma coisa de agredir o que você não pode ter.





iG: Você tem medo que o blog atrapalhe sua carreira?
 Letícia F.: Tenho, principalmente de virar uma pessoa que só fala sobre isso, embora esteja me abrindo portas. Mas acho que parte dos jornalistas vê o blog como uma experiência bem sucedida, e isso depõem mais a favor do que contra.







iG: Qual o retorno mais bacana que o blog te deu?

Letícia F.: Muitas mulheres são abusadas sexualmente por pessoas próximas ou íntimas e desabafam, contam histórias horrorosas que não tinham para quem contar. Recebo histórias de mulheres, e de homens também, que mudaram sua vida sexual a partir do blog, que passaram a aceitar melhor os outros. Claro que eu vou tirar um proveito pessoal do blog, mas ele tem uma função importante. (Verônica Mambrini, iG São Paulo | 24/08/2011)
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EM TEMPO: Dois dias depois dessa postagem, me surpreendi com vários comentários aguardando moderação, particularmente ofensivos A MIM!!! Nada que surpreenda vindo de quem vem, mas com relação ao assunto abordado no post, encontrei um comentário bem interessante de uma outra blogueira datado de 01/09/2011, e ela se refere a uma "entrevista" por telefone, dada à Radio Globo, que teria sido feita com alguém que se dizia Letícia Fernandes, mas não era...
Esse comentário é do blog Escreva Lola Escreva.
Enfim, eu gostaria que esse energúmeno machista que deixou os comentários, que claro, não serão publicados, entendesse que a censura acabou, a Didatura Militar também, mas ele pode se esforçar para que volte se a liberdade dos outros o incomoda tanto!
Vamos ao texto:


Semana passada a chamada do portal Globo pra matéria referia-se a Letícia como “a nova Bruna Surfistinha”. E agora o apresentador da rádio reforça a ideia. Este é o primeiro ponto machista: Bruna Surfistinha foi (é?) uma garota de programa. Prostitutas fazem sexo em troca de dinheiro. Letícia Fernandes (que obviamente é um pseudônimo, e pra se jogar aos leões dessa forma, só mesmo com pseudônimo) não é prostituta. Sei que é difícil acreditar, mas algumas mulheres gostam de sexo. Algumas até fazem sexo por prazer, sem esperar nenhum bem material em troca. Algumas são livres, não devem satisfação a ninguém, e preferem ter vários parceiros. E agora se prepare, pois vou fazer uma grande revelação neste espaço: transar não gasta. A vagina é um órgão elástico. Lavou tá nova. A gente tá no século 21 já? Porque eu consigo conceber esse tipo de mentalidade lá pelos idos de 1850, mas hoje... Seguinte: quando o sexo é consentido, homens têm direito de transar com quem quiserem, quantas vezes quiserem. E é uma grande celebração prum homem contar pros amigos que transou com um monte de mulheres. Quanto maior o número de parceiras, melhor. Mais experiente ele estará (pra quê?), diz a nossa sociedade. Mais másculo. Mais viril. Mais garanhão. A gente quase se sente na obrigação de erguer um monumento pra ele, que ele merece. E ninguém nunca jamais vai perguntar pra ele “Ele cobra?”, ou compará-lo a um garoto de programa.
Aí uma mulher decide fazer algo parecido... e o mundo desaba. Porque mulher não pode, entende? Mulher é mulher, homem é homem, é assim que as coisas são. A gente não fala mais que mulher tem que casar virgem, mas a gente diz que ela tem que “se valorizar”, se “dar o respeito”. Porque entregar sexo assim de bandeja sem cobrar, opa, isso é se desvalorizar! (Se bem que a gente não acha que prostituta se valoriza, acha?). Existe algum termo na nossa língua que elogie uma mulher com vários parceiros sexuais? Não existe. Porque não existe a menor intenção de elogiar uma mulher promíscua (e quantos parceiros são necessários pra ser promíscua?). Mas expressões pra condenar, insultar, apedrejar uma mulher promíscua existem aos montes: piranha, galinha, vagabunda, vadia, biscate, p*ta, prostituta... A lista dá algumas voltas no quarteirão. E volta sempre pro mesmo ponto: mulher, você não tem liberdade pra decidir com quem, quando, onde, com quantos você vai transar. Ou melhor, até tem, mas reserve uma enorme dose de paciência pras "verdades" que vai ouvir dos guardiões da moral e dos bons costumes (que, ironicamente, são os mesmos que mandam um rapaz pra zona se ele ainda for virgem aos 15 anos).
Eu tenho muito nojo desses moralistas de plantão. E desconfio que o apresentador do programa não se acha machista. Dizer “Que loucura! Tem louco pra tudo! Quer bater recorde? Tá tudo no lugar?” não é machismo não, imagina. É só impressão. O pessoal da mídia é tão liberal, né? O público é que é conservador. Aham.
 Faz uns dez dias, os mascus abriram um novo perfil no orkut pra mim. Agora tem lá duas Lola Aronovich, ambas com as minhas fotos. Eles estão lá falando besteiras em meu nome. Claro que não gosto, mas haters gonna hate. Trolls são trolls. Mascus são covardes anônimos. Não é o caso de uma Rádio Globo, que ontem trollou a Letícia. Não precisava nem da Letícia Fake falando por ela pra ser ridículo. Bastava o que o apresentador disse da Letícia. Horas depois, a Rádio Globo tirou a entrevista do site e divulgou uma nota absurda, em que basicamente tira o corpo fora. Porque a gente sabe: a mídia não erra, a mídia é enganada. Ser mídia é nunca ter que dizer you're sorry. Eu, que sou uma só e tenho um mero blog, consigo falar com a Letícia hiper facilmente — mando um email, um tweet, uma DM, ou deixo um comentário no seu blog. Não dá pra acreditar que uma estação de rádio seja tão incompetente que não consiga fazer o mesmo.
 Não sei se cabe um processo aí. Não sei como funciona. Letícia não é uma pessoa, é um pseudônimo. Pode processar a Globo, que a ridicularizou numa entrevista? Pra isso, ela teria que divulgar seu nome? Olha, ninguém merece. É terrível não ter mais o menor controle do que falam de você, ou por você. Meu bloguinho nunca teve nem terá 400 mil acessos num dia, mas já teve 83 mil (naquela ameaça de processo do Tas). E não é bonito. Você não faz mais nada na vida naquela semana. Você vive só praquilo. E, por mais que você receba muito apoio e carinho, você também ganha toneladas de ofensas. Não é brinquedo.
Apesar de eu divulgar e torcer pelo Cem Homens, não tenho certeza que o que Letícia faz é feminismo. Sei que, com o blog, ela tem descoberto muitas coisas, analisado seus preconceitos, empatizado mais com mulheres e homossexuais. Mas não sei se é feminismo. O que eu sei é que o que andam fazendo com ela é machismo. Eu posso discordar da Letícia em vários pontos. Mas sei disso: pra ser chamada de p*ta, não precisa nem transar. Basta ser mulher. Os machistinhas aí não estão sendo babacas apenas com a Letícia, mas com todas as mulheres que insistem em ter sua liberdade sexual respeitada. E se vocês não sabem, fiquem sabendo: mexeu com uma, mexeu com todas!

Blog: Escreva Lola Escreva
lola aronovich
Sobre mim
Sexo - Feminino
Profissão - doutora em literatura em língua inglesa
Local - Fortaleza, Ceará, Brasil
Introdução - Sou professora da UFC, doutora em Literatura em Língua Inglesa pela UFSC e, na definição genial de um troll, ingrata com o patriarcado. Neste bloguinho não acadêmico falo de feminismo, cinema, literatura, política, mídia, bichinhos de estimação, maridão, combate a preconceitos, chocolate, e o que mais me der na telha. Apareça sempre e sinta-se em casa. Aqui, meu perfil no orkut. Comunidades, aqui e aqui. Email: lolaescreva@gmail.com. Meu Twitter também é bem movimentado.
Interesses  - cinema, maridão, política, feminismo, direitos das minorias, preconceitos, animais, livros, xadrez, aceitação do corpo, liberdade de expressão, finanças pessoais, combate à violência contra a mulher, mídia, etc