terça-feira, fevereiro 28

* Sobre cansaço...






Minha alma está cansada da minha vida

Fernando Pessoa




O cansaço físico, mesmo que suportado forçosamente, não prejudica o corpo, enquanto o conhecimento imposto à força não pode permanecer na alma por muito tempo (Platão).



Não sei se quero descansar por estar realmente cansada ou se quero descansar para desistir (Clarice Lispector)











Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros. Diz-me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível? E é isso que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive (Florbela Espanca).






 

Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada (Clarice Lispector)






Acontece-me às vezes, (...) um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de dominá-lo (Fernando Pessoa).







sexta-feira, fevereiro 24

* Desejos




Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.








Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro.
Seus antepassados, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de há muito tempo estabelecidas no Brasil. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no Colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas.

quarta-feira, fevereiro 22

* Espírito de quaresma



"E depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero...
Eis que as três horas da madrugada eu me acordei
E me encontrei
Simplesmente isso:
Eu me encontrei calma, alegre
Plenitude sem fulminação
Simplesmente isso
Eu sou eu
E você é você
É lindo, é vasto
Vai durar
Eu sei mais ou menos
O que vou fazer em seguida
Mas por enquanto
Olha pra mim e me ama
Não
Tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo."


Clarice Lispector


sexta-feira, fevereiro 17

* Bala com bala

Custei a compreender que a fantasia
 É um troço que o cara tira no carnaval
 E usa nos outros dias por toda a vida.
 Aldir Blanc e João Bosco



A sala cala e o jornal prepara
Quem está na sala
Com pipoca e bala
E o urubu sai voando, manso
O tempo corre e o suor escorre
Vem alguém de porre
E há um corre-corre,
E o mocinho chegando, dando

Eu esqueço sempre nesta hora, linda, loura
Minha velha fuga em todo impasse
Eu esqueço sempre nesta hora, linda, loura
Quanto me custa dar a outra face

O tapa estala no balacobaco
E é bala Com bala
E é fala com fala,
E o galã se espalhando, dando

No rala-rala, quando acaba a bala
É faca com faca
É rapa com rapa,
e eu me realizando, bambo

Quando a luz acende é uma tristeza, trapo, presa
Minha coragem muda em cansaço
Toda fita em série que se preza, dizem, reza
Acaba sempre n
o melhor pedaço




Arquivo


 

quinta-feira, fevereiro 16

* Boa Sorte!





É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
That's it
There's no way
It's over, good luck
I've nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change
Tudo o que quer me dar / Everything you want to give me
É demais / It's too much
É pesado / It's heavy
Não há paz / There is no peace
Tudo o que quer de mim / All you want from me
Irreais / Isn't real
Expectativas / Expectations
Desleais
Mesmo se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Now even if you hold yourself
I want you to get cured
From this person
Who advises you
Encontro é bom é de dois!




* É carnaval no Brasil!







É carnaval!!

Libertem os pierrôs, as colombinas, oh não, esses já morreram!!...


Eu sou aquele pierrô que te abraçou, que te beijou, meu amor!! Quanta pureza!


Libertem as devassas, as cachorras, as popozudas, os tigrões, os príncipes encantados, libertem as pessoas comuns que querem fazer festa, sambar, axedançar, forrozar, frevar, suar, cantar!!! Afogar as mágoas em bebida ou suor, em som e sol, em calor!

Beija Flor, 1989 - Ratos e Urubus enredo histórico de Joãozinho Trinta


Preservar o maior espetáculo de terra de um povo bronzeado, encantado, festivo, invejado pela sua felicidade e beleza!!! Festa de brancos, pretos, mulatos,  amarelos, vermelhos, de cores, luzes, sons, cheiros, toques, sorrisos, enebriantes para os sentidos!

O dia que a música clássica encontrou o Samba - Vai Vai 2011
É carnaval no Brasil, de 120 a 114 mil reais na Avenida do Samba no Rio de Janeiro, de 60 a  50 mil reais no Sambódromo de São Paulo,  de 250 a 1850 reais na Bahia, pelo ingresso de um clube qualquer, pela tv, no batuque ensurdecedor de um bloco, no ziriguidum com os amigos, de graça, dentro de cada um, no retiro espiritual, a festa mais democrática do mundo, basta a disposição de ser feliz!


Carnaval em Salvador


Se joga! Tem gente em todo mundo querendo estar aqui, e nós estamos!


A idéia é essa!


Bom carnaval!











quarta-feira, fevereiro 15

* Cadê a inspiração que estava aqui?






Radical Chic - Miguel Paiva

Miguel Paiva (Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1950) é um cartunista, diretor de arte, escritor, autor de teatro, ilustrador, publicitário, diretor, roteirista  e comentarista de televisão, roteirista de cinema e jornalista brasileiro.
Começou a escrever aos dezesseis anos, para o Jornal dos Sports. Trabalhou no seminal jornal de humor carioca O Pasquim. Publicou inúmeros livros, tanto no Brasil quanto no exterior, como As memórias de Casanova e livros de História do Brasil. Escreveu musicais em parceria com Zé Rodrix e fez vários cenários e figurinos para o teatro.


segunda-feira, fevereiro 13

* Eloá, a jovem vítima de um obsessivo!



Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, estudante, uma menina de Santo André, grande São Paulo, linda, jovem e cheia de sonhos como qualquer garota de sua idade.
Lindemberg Alves Fernandes, 22 anos, um jovem ciumento, violento, desocupado, aprendiz de assassino.

13 de outubro de 2008, depois de perseguir por dias a menina pelas ruas, pela escola, e de tê-la agredido, se sentindo rejeitado, Lindemberg invade armado, com farta munição, a casa de Eloá onde ela está estudando com colegas de classe.

É o início de mais de 100 horas de sequestro, o mais longo da história policial brasileira, acompanhado ao vivo por todo o Brasil, uma sucessão de erros da polícia, da imprensa sensacionalista, e um final trágico.
Eloá morre baleada na cabeça e na virilha, depois de mais de 100 horas de torturas físicas e psicológicas. A amiga, Nayara, que tentou negociar com o sequestrador, sai ferida com um tiro no maxilar.
Lindemberg é preso, sem ferimentos, mostra-se confuso. Como todo covarde, simula problemas psicológicos, emocionais, psiquiátricos.
Começa hoje seu julgamento.
A defesa que até agora não quis se manifestar...."Lindemberg é um bom menino, um ingenuo..."(!!!), deve tentar desqualificar a vítima, desmoralizá-la, para justificar a perseguição, a tortura e a morte que lhe foi imposta precocemente, tragicamente.
Lindemberg deve ser condenado pelo juri popular, seis homens e uma mulher(!), a pena mínima de 50 anos, máxima de 100, por homicídio, tentativa de homicídio, sequestro, tortura, cárcere privado... Com 100 anos de pena, o máximo permitido será 30. Com todos os benefícios, Lindemberg hoje com 25 anos, em 10 anos estará nas ruas.
Dizem os otimistas que a justiça hoje é mais dura do que há alguns anos, dessa forma, cumpriria 20 anos, estaria livre antes dos 45, já que está preso há 3!


É! O código penal brasileiro precisa ser revisto!
-----------------------------------

Sentença: 256 anos de prisão seria a máxima para os 12 crimes que foi acusado!
Foi condenado a 98 anos e 10 meses
16.02.2012 Santo André - SP!


Sei que não cumprirá mais de 30 anos de prisão, mas, quanto maior a pena, menor a possibilidade de benefícios.
Se o resultado dessa pena, que não trará de volta a vida da garota assassinada, servir para mudar minimamente a mentalidade de quem até agora acreditou que ameaçar, torturar e matar custaria menos, terá valido. 



domingo, fevereiro 12

* É!

É

Gonzaguinha


A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...
A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...
É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...
É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...




* De madrugada tem batucada!

Violão e Voz


Ana Carolina




Eu faço samba e amor a qualquer hora
De madrugada tem batucada, eu to a fim e você
Fica parado eu não agüento, eu não agüento
Não quero viver a exemplo da vida dos Santos
Eu não moro em São Francisco, eu não moro em São Francisco
E você faça de mim um instrumento de Tua paz
E sabe do que mais, eu sou como o tambor que ressoa
Mais dentro dele que da pessoa
Eu faço samba e amor a qualquer hora (por que não agora)
Eu faço samba e amor a qualquer hora (por que não agora)
Eu não posso perder você
Como quem perde um real e não nota, não vê
Sem querer pisei num despacho e saí cantando Geraldo Pereira
Mas sem querer, eu pisei num jardim e saí cantando Noel Rosa
Eu tenho você no coração
Ficar sozinho é pra quem tem coragem
Eu vou ler meu livro Cem Anos de Solidão
Eu vou ler meu livro Cem Anos de Solidão
E nada melhor que ficar a sós com a voz e o violão
E nada melhor que ficar a sós com violão e voz






* Quem financia o Cabo Benevenuto Daciolo?

Um dos líderes da greve dos militares na Bahia e no Rio de Janeiro, que pretendia parar as polícias dos principais estados brasileiros e com isso inviabilizar a realização do Carnaval 2012? Seria mesmo uma reivindicação por melhorias salariais?



"O cabo Benevenuto Daciolo está preso administrativamente, em Bangu, devido aos crimes de incitamento à greve e aliciamento a motim, segundo o secretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Escutas mostram conversa de Daciolo com a deputada Janira Rocha (PSOL) sobre estratégias de greve."






Escutas telefônicas.

Sobre a possibilidade de fechar um acordo salarial entre a Polícia da Bahia e o governador Jaques Wagner.














O que pensa Daciolo?

Mistura discurso religioso e ódio: Fora Cabral! (Assembléia de setembro de 2011 - Fora Cabral!)


"Se amanhã, se amanhã, o governador falar assim ó, não dá dois mil para eles não, dá 4 mil, o que vai acontecer? Fora Cabral, Fora Cabral!" (trecho aos 6 minutos)

Oposição covarde!!! Pouco lhes importa o terror implantado na cidade de Salvador, os mortos da falta de policiamento que atribuem a ausência de negociação com os grevistas. Não há negociação possível com golpistas!

** "Em assembleia realizada no fim da tarde deste sábado (11), policiais militares decidiram encerrar a greve na Bahia, que já completava 12 dias. A desarticulação total do movimento acontece a cinco dias do início do carnaval de Salvador.




Na saída, manifestantes cantavam em coro "A PM voltou" e a maioria não quis conversar com a imprensa. Um deles disse que a "greve acabou pelo bem da sociedade". Segundo PMs, cerca de 300 pessoas participaram da reunião, entre policiais e familiares." G1

Que essa tentativa de golpe seja apurada, e seus líderes punidos exemplarmente!


* Hai Kai

viver é super difícil
o mais fundo
está sempre na superfície
 Paulo Leminski


  Paulo Leminski Filho (Curitiba, 24 de agosto de 1944 — Curitiba, 7 de junho de 1989) foi um escritor, poeta, tradutor e professor brasileiro. Era, também, faixa-preta de judô.

sábado, fevereiro 11

* Porque hoje é sábado...





Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há um tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.

(Trecho de O dia da Criação - Vinicius de Moraes)



Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.
Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha", apelido que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido como grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.

Não concordo com Vinicius em gênero, número e grau, mas..., porque hoje é sábado....

sexta-feira, fevereiro 10

* Me deu vontade...



de ouvir Marisa Monte cantando Chico




Que o findi que promete, cumpra todas as promessas...



Em mais um dia de calor escaldante em Sampa, queria morrer de frio,  só um pouquinho..rsss


quarta-feira, fevereiro 8

* Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será...

O Que É, O Que É?

Gonzaguinha
  
Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...






Luiz Gonzaga do Nascimento Junior , mais conhecido como Gonzaguinha, (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1945 — Renascença, 29 de abril de 1991) foi um cantor e compositor brasileiro.
Compôs a primeira canção "Lembranças da Primavera" aos catorze anos, e em 1961, com 16 anos foi morar em Cocotá com o pai para estudar. Voltou para o Rio de Janeiro para estudar Economia, pela Universidade Cândido Mendes. Na casa do psiquiatra Aluízio Porto Carrero, conheceu e se tornou amigo de Ivan Lins. Conheceu também a primeira mulher, Ângela, com quem teve dois filhos: Daniel e Fernanda. Teve depois uma filha com a atriz Sandra Pêra, a atriz Amora Pêra.
Foi nessa convivência na casa do psiquiatra, que fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU), com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho. Tal movimento teve importante papel na música popular do Brasil nos anos 70 e em 1971 resultou no programa na TV Globo Som Livre Exportação.
Característico pela postura de crítica à ditadura, submeteu-se ao DOPS, assim, das 72 canções mostradas, 54 foram censuradas, entre as quais o primeiro sucesso, Comportamento Geral. Neste início de carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos dos meios de comunicação lhe valeram o apelido de "cantor rancor", com canções ásperas, como Piada infeliz e Erva. Com o começo da abertura política, na segunda metade da década de 1970, começou a modificar o discurso e a compor canções de tom mais aprazível para o público da época, como Começaria tudo outra vez, Explode Coração e Grito de alerta, e também temas de reggae, como O que é o que é' e Nem o pobre nem o rei.
Após uma apresentação em Pato Branco, no Paraná, Gonzaguinha morreu aos 45 anos vítima de um acidente automobilístico às 7h30min do dia 29 de abril de 1991.


terça-feira, fevereiro 7

* Em São Paulo o sol nasce para todos

Temperaturas acima de 33º, umidade do ar abaixo de 30%!



Cracolândia













Desabrigados do Pinheirinho















 
Desabrigados da favela do Moinho


















Desocupação do prédio da Av. São João, esquina com Av. Ipiranga.




Incendio na favela da Vila Guilherme.



Em São Paulo o sol nasce para todos, a sombra só para alguns!





segunda-feira, fevereiro 6

* Mais uma vez, Elisa Lucinda




Safena
Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até ao auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tintas, tijolo
comecem a obra!
Por amor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.
Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Peitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou eu de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões
Vassouras, rodos, águas, flanelas e ceras
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate
O homem que hoje me amar
encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.

Elisa Lucinda dos Campos Gomes (Cariacica, Espírito Santo - 2 de fevereiro de 1958) é uma poetisa, jornalista, cantora, e atriz brasileira.