Que fique claro que não quero justificar a atitude desse jovem ou desrespeitar a dor das famílias que tiveram suas crianças mortas na escola Sandy Hook, em Newtown, pequena cidade americana, mas está na hora de pensarmos no que estamos fazendo de nossos jovens nesse mundo competitivo, sem respeito as limitações e as individualidades.
NEWTOWN, Estados Unidos - Família e amigos se lembram de
Adam Lanza, o suposto autor do massacre na escola Sandy Hook, em Newtown, como
uma pessoa inteligente, nerd, gótica, distante, tímida e calma. Discreto, era
alto, magro e pálido, estava sempre com as mãos nos bolsos da calça e gostava
de usar camisa de botão. Bom aluno, graduou-se no ensino médio em 2010 e ficava
desconfortável em eventos sociais. Nem mesmo no anuário da sua formatura quis
se deixar ser fotografado. Em vez de uma imagem sua, havia um espaço em branco
com a frase “camera shy” (tímido em frente às câmeras).
Durante sua vida deixou poucos rastros, até mesmo na
internet. Não tinha perfil no Facebook ou em outras redes sociais. Participava
apenas de um grupo de jogos online. Segundo investigação da polícia, Adam
sofria de um transtorno social e tomava medicação. Antigos colegas que foram
interrogados afirmaram que ele teria Síndrome de Asperger, uma espécie de
autismo.
Outras pessoas próximas garantem que Adam tinha problemas e
que isso era evidente há bastante tempo. Beth Israel, cuja filha estudou com o
atirador, contou ao “New York Post” que o jovem foi uma criança “problemática”.
Justin Germark, de 17 anos, era vizinho de Adam e sabia que o rapaz tinha “uma
condição especial”.
— Dava para reparar facilmente — disse Germark ao tabloide.
— Mas não diria que ele era antissocial. Parecia alguém lutando para ser
social.
Joshua Milas, que participava do grupo de jogos, disse que
ele era geralmente uma pessoa feliz, mas que não o via há alguns anos.
— Ele era um bom garoto, inteligente — disse Milas ao “Daily
Mail”. — Ele foi uma das pessoas mais inteligentes que conheci. Provavelmente
um gênio.
Filho mais novo da professora de escola primária Nancy (que
foi encontrada morta, segundo os policiais, em sua casa, com um tiro no rosto)
e do diretor fiscal da General Electric Peter Lanza, Adam morava apenas com a
mãe. Os pais se separaram em 2008, quando o executivo se mudou para Stamford e
se casou com uma bibliotecária da Universidade de Connecticut. O irmão mais
velho de Adam, Ryan, de 24 anos, se mudou para Hoboken, Nova Jersey, onde
estuda.
Amigos da família lembram de Nancy como uma mãe dedicada e
protetora, que passava bastante tempo em casa. Segundo informações da CNN, três
das armas (pistolas de calibre 9mm e um rifle semiautomático) encontradas na
escola foram compradas legalmente por Nancy. A Associated Press informou que,
de acordo com a polícia, Nancy possuía cinco armas de fogo. Todas registradas
em Connecticut.
Dan Holmes, dono de uma empresa de paisagismo, descreveu
Nancy Lanza à Associated Press como uma ávida colecionadora de armas de fogo,
que uma vez mostrou a ele um rifle que ela havia acabado de comprar.
— Ela disse que frequentemente levava os filhos para atirar.
Em interrogatório, Ryan contou às autoridades que acreditava
que seu irmão sofresse de “transtorno de personalidade” e garantiu que não
tinha contato desde 2010, quando mudou de cidade para estudar. Ainda assim, os
investigadores continuaram buscando pistas nos computadores e registros
telefônicos de Ryan.
O pai ainda não foi interrogado. A avó materna, Dorothy
Hanson, 78 anos, moradora de Brooksville, Flórida, ficou nervosa ao ser
procurada por jornalistas. Disse que não soube de nada oficial, não sabia de
nada da história, não tinha falado nem com a filha nem com seus netos e começou
a chorar, desligando o telefone em seguida.
Colegas da Universidade de Connecticut não conseguiam se
aproximar de Adam. Ao “NYT”, Matt Baier, que sentou ao seu lado durante um ano,
nas aulas de matemática, não lembra de ele ter dito uma palavra durante o
período:
— Mas ele tirava notas altas.
Já a estudante Olivia DeVivo, também da Universidade de
Connecticut, tem outra opinião.
— Acho que não foi dado a ele o tipo certo de atenção ou
ajuda. Ele passava despercebido, e, por isso, ninguém conseguiu notar que
estava sendo montada uma tragédia bem aqui — disse Olivia, também ao “NYT”,
lembrando que Adam costumava falar sobre alienígenas e em explodir coisas, mas,
à época, considerou isso mais uma conversa típica de adolescentes.
Ainda assim, após saber da tragédia, Olivia entrou em
contato com amigos que moram em Newtown.
— Eles não ficaram surpresos — comentou ela. — Disseram que
o Adam sempre deu pistas de que seria capaz de fazer isso já que simplesmente
não se conectava com a nossa escola e nem com a nossa cidade. Eu nunca o vi com
ninguém.
Um ex-colega não identificado declarou que já tinha
percebido algum transtorno na rapaz.
— Quando você olhava para ele, dava para perceber todas as
emoções passando pela sua cabeça.
Outros ainda afirmaram que Adam ficava desconfortável quando
pessoas que não o entendiam riam dele.
Até agora, as autoridades não falaram publicamente de um
possível motivo para Adam cometer os assassinatos. Eles não encontraram, por
enquanto, nenhum bilhete ou carta e Adam não tinha antecedentes criminais.
Testemunhas disseram ainda que o atirador não disse uma única palavra ao entrar
atirando na escola.
"Ele atirou para entrar e depois seguiu para a primeira
sala de aula, como sabem, depois para a segunda sala de aula", disse
Malloy.
As autoridades acreditam que, enquanto atirava na segunda
sala, o criminoso ouviu a chegada da polícia e das equipes de emergência e
cometeu suicídio.
O balanço total de mortos é de 28 pessoas: 20 crianças de
seis e sete anos, seis adultos que trabalhavam na escola, o atirador e sua mãe,
que foi morta em casa.
Já se sabe que sua mãe, professora, exigia muito dele, para
que fosse o melhor, que superasse sempre os amigos e a si mesmo. Foi a primeira
a morrer com um tiro no rosto, com uma das muitas armas que colecionava.
'Que isso nos inspire a ser melhores', disse o americano Robbie Parker, pai de Emilie Parker, uma
menina adorável como todas as crianças de 6 anos, morta no tiroteio da escola de
Connecticut.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço a sua visita e participação.