Biografia
Na adolescência, Tarsila estudou no Colégio Sion, localizado
na cidade de São Paulo, porém, completou os estudos numa escola de Barcelona
(Espanha).
Desde jovem, Tarsila demonstrou muito interesse pelas artes
plásticas. Aos 16 anos, pintou seu primeiro quadro, intitulado Sagrado Coração
de Jesus.
Fases Pau-Brasil e Antropofagia
Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do
Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise
Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e
temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos
nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a
exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da
modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano,
realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em
1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa
"homem que come carne humana", obra que originou o Movimento
Antropofágico, idealizado pelo seu marido.
A Antropofagia propunha a digestão de influências
estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença
de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma
feição mais brasileira.
Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez
no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de
Nova York, conhecida como a Crise de 1929[1], Tarsila e sua família de
fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café e Tarsila perde sua
fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque
ele se apaixonou e decidiu se casar com a revolucionária Patrícia Galvão,
conhecida como Pagu. Tarsila sofre demais com a separação e com a perda da
fazenda, o que a leva a entregar-se ainda mais a seu trabalho no mundo
artístico.
Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da
Pinacoteca do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da
coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da ditadura de
Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.
Tarsila do Amaral faleceu na cidade de São Paulo em 17 de
janeiro de 1973. A grandiosidade e importância de seu conjunto artístico a
tornou uma das grandes figuras artísticas brasileiras de todos os tempos.
Viagem à URSS e fase social
Em 1931, Tarsila vendeu alguns quadros de sua coleção
particular para poder viajar à União Soviética com seu novo marido, o
psiquiatra paraibano Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes
formas de pensamento político e social. O casal viajou a Moscou, Leningrado,
Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Logo estaria novamente em Paris,
onde Tarsila sensibilizou-se com os problemas da classe operária. Sem dinheiro,
trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Logo
conseguiu o dinheiro necessário para voltar ao Brasil. Com a crise de 1929, ela
perdera praticamente todos os seus bens e sua fortuna.
No Brasil, por participar de reuniões políticas de esquerda
e pela sua chegada após viagem à URSS, Tarsila é considerada suspeita e é
presa, acusada de subversão. Em 1933, a partir do quadro “Operários”, a artista
inicia uma fase de temática mais social, da qual são exemplos as telas
Operários e Segunda Classe. Em meados dos anos 30, o escritor Luiz Martins,
vinte anos mais jovem que Tarsila, torna-se seu companheiro constante, primeiro
de pinturas depois da vida sentimental. Ela se separa de Osório e se casa com
Luiz, com quem viveu até os anos 50.
A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando
estilos de fases anteriores. Expõe nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganha uma
retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1960. É tema de
sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresenta-se
na 32ª Bienal de Veneza.
Últimas décadas: 1960 e 1970
Em 1965, separada de Luís e vivendo sozinha, foi submetida a
uma cirurgia de coluna, já que sentia muitas dores, e um erro médico a deixou
paralítica, permanecendo em cadeira de rodas até seus últimos dias.
Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu
de um ataque de diabetes, para seu desespero. Nesses tempos difíceis, Tarsila
declara, em entrevista, sua aproximação ao espiritismo.
A partir daí, passa a vender seus quadros, doando parte do
dinheiro obtido a uma instituição administrada por Chico Xavier, de quem se
torna amiga. Ele a visitava, quando de passagem por São Paulo e ambos
mantiveram correspondência.
Tarsila do Amaral, a artista-símbolo do modernismo
brasileiro, faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, em 17
de janeiro de 1973 devido a depressão. Foi enterrada no Cemitério da Consolação
de vestido branco, conforme seu desejo.
Tarsila do Amaral foi homenageada pela União Astronômica
Internacional, que em 20 de novembro de 2008 atribuiu o nome "Amaral"
a uma cratera do planeta Mercúrio.
Em 2008, foi lançado o Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral,
uma catalogação completa das obras da artista em três volumes, em realização da
Base7 Projetos Culturais, com patrocínio da Petrobras, numa parceria com a
Pinacoteca do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Governo do
Estado de São Paulo.
Características de suas obras
- Uso de cores vivas
- Influência do cubismo (uso de formas geométricas)
- Abordagem de temas sociais, cotidianos e paisagens do
Brasil
- Estética fora do padrão (influência do surrealismo na fase
antropofágica)
Principais obras de Tarsila do Amaral
- Autorretrato (1924)
- Retrato de Oswald de Andrade (1923)
- Estudo (Nú) (1923)
- Natureza-morta com relógios (1923)
- O Modelo (1923)
- Caipirinha (1923)
- Rio de Janeiro (1923)
- A Feira I (1924)
- São Paulo – Gazo (1924)
- Carnaval em Madureira (1924)
- Antropofagia (1929)
- A Cuca (1924)
- Pátio com Coração de Jesus (1921)
- Chapéu Azul (1922)
- Auto-retrato (1924)
- O Pescador (1925)
- Romance (1925)
- Palmeiras (1925)
- Manteau Rouge (1923)
- A Negra (1923)
- São Paulo (1924)
- Morro da Favela (1924)
- A Família (1925)
- Vendedor de Frutas (1925)
- Paisagem com Touro (1925)
- Religião Brasileira (1927)
- O Lago (1928)
- Coração de Jesus (1926)
- O Ovo ou Urutu (1928)
- A Lua (1928)
- Abaporu (1928)
- Cartão Postal (1928)
- Operários (1933)
(sua pesquisa/Wikipédia)
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