quarta-feira, outubro 2

* Para pensar sobre a transexualidade: Nathan Verhelst


 




  
 
Um belga de 44 anos morreu por eutanásia nesta segunda-feira (30) após alegar transtornos físicos e psicológicos "insuportáveis" depois de realizar um procedimento cirúrgico para mudança de sexo. Nathan Verhelst morreu em um hospital de Bruxelas, na presença de vários amigos, depois de uma longa batalha para conseguir a aprovação do procedimento.

Wim Distlemans, médico do hospital universitário VUB que acompanhou o procedimento, disse que Nathan morreu tranquilamente. De acordo a imprensa da Bélgica, ele afirmou que as condições para a realização da eutanásia existiam, já que "havia claramente sofrimento físico e psicológico insuportáveis", explicou ao jornal "Het Laaste Nieuws".

Nathan nasceu menina, em uma família com três meninos, e se chamava Nancy. Ele foi rejeitado por seus pais, que desejavam mais um menino, segundo o jornal que o entrevistou antes de sua morte.

A publicação afirma que o belga sonhava desde a adolescência poder se tornar homem, e realizou três cirurgias (tratamento hormonal, remoção dos seios e mudança de sexo) entre 2009 e junho de 2012, mas sem que se sentisse satisfeito: seus seios continuavam grandes e o pênis que foi criado "fracassou", explicou.

"Eu havia preparado uma festa para comemorar o meu novo nascimento, mas na primeira vez que me vi no espelho, tive aversão pelo meu novo corpo", contou Nathan. "Tive momentos felizes, mas, no geral, sofri", resumiu, considerando que "44 anos é muito tempo na terra". 

Avaliação

"Para recorrer à eutanásia, a pessoa deve apresentar um problema grave e incurável que lhe cause sofrimento" pode ser "psíquico ou físico", explica Jacqueline Herremans, membro da Comissão Nacional sobre a eutanásia.

"Um primeiro médico avalia o caráter grave e incurável do problema (...) Outro médico, um psiquiatra, especialista na patologia em questão, analisa o pedido para determinar se é, por exemplo, uma depressão passageira", acrescentou à RTL.

Desde 2002 a Bélgica autoriza mortes por eutanásia, mas o debate sobre a prática não terminou, já que o Parlamento belga deve considerar a sua extensão para os menores "capazes de discernimento" e adultos com doenças incapacitantes com o Alzheimer.

A grande maioria dos belgas aprova essas mudanças, de acordo com uma pesquisa publicada quarta-feira no jornal "La Libre Belgique". (G1-1/10/2013)


Não quero falar sobre a eutanásia, não existe volta para a morte, nem espaço para o arrependimento, pelo menos não acredito nessa possibilidade. Mas, o sonho de ser outra pessoa, em maior ou menor grau, em alguns momentos, ou o tempo todo, pode representar um sofrimento para qualquer um de nós. Muitas são as pessoas que depois de uma pequena correção na orelha de abano, num nariz adunco, ou num implante de silicone, se dizem mais felizes. Muitas e muitas outras não param por aí e vêm na facilidade disponível por novas técnicas, a chance de mudar mais um pouco, e mais, e tudo....

Eu acredito que os transexuais sofrem ao imaginar que poderiam ter um corpo mais adequado a imagem que tem de si mesmos, mas, está na hora de falarmos sobre o exército de pessoas que jamais conseguiram, ou conseguirão, ser felizes depois de uma mudança de sexo.

Em minha opinião de leiga, de pessoa comum, nascer mulher ou homem é mais do que ter seios, pênis ou vagina.

Vendo essa foto, aumentou essa certeza.





 

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