Para as ações deste ano, a OMS escolheu o tema “A
Interferência da Indústria do Tabaco”. O Brasil adaptou a abordagem para o
contexto nacional, enfocando os danos causados ao longo da cadeia de produção
do tabaco ao meio ambiente e à saúde da população. Como o uso de agrotóxicos
que agridem ecossistemas, fumicultores, provocam o desmatamento, usa o trabalho
adolescente e infantil, provoca danos à saúde da população, com a dependência
química à nicotina e o fumo passivo e, por consequência, o aumento do risco
para o desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como
Acidente Vascular Encefálico, infarto e diversos tipos de câncer. Daí, a
escolha do tema nacional: “Fumar: faz mal pra você, faz mal para o planeta”.
Desmatamento
O tabaco, além de prejudicar a saúde de quem fuma, agride o
meio ambiente, pois florestas inteiras são devastadas e utilizadas como
combustível para alimentar os fornos à lenha e as estufas, que secam as folhas
do fumo antes de serem industrializadas. As ações de desmatamento para a
produção do fumo de tabaco contribuem de forma significativa para o
desmatamento global, correspondendo a aproximadamente 5% do total desmatado nos
países em desenvolvimento. Para cada 300 cigarros produzidos, uma árvore é queimada.
Cada 15 maços de cigarro que chegam ao mercado sacrificam uma árvore.
Poluição do ar, das águas e matas.
A fumaça do cigarro contém mais de 4.700 substâncias
tóxicas, incluindo arsênico, amônia, monóxido de carbono (o mesmo que sai do
escapamento dos veículos), substâncias cancerígenas, além de corantes e
agrotóxicos em altas concentrações. Imagine a quantidade de toxidade que várias
pessoas fumando deixam no nosso planeta.
Filtros de cigarros desprezados no chão e outros locais
inadequados e, depois, levados pela chuva para lagos, rios, oceanos, florestas
e jardins, demoram cerca de 5 anos para se decompor, podendo matar peixes,
animais marinhos e aves que podem ingeri-los. As pontas de cigarro lideram a
lista de itens mais coletados nas praias e correspondem de 25 a 50% de todo o
lixo coletado em ruas e rodovias.
Uso de pesticidas e agrotóxicos
Grande parte da produção do fumo é feita por agricultores
familiares. Na lavoura, trabalham cerca de três a quatro integrantes de cada
família, incluindo crianças e adolescentes. Levantamento com fumicultores na
região Sul do Brasil concluiu que 55% não usam equipamentos de proteção, como
máscaras, luvas e botas.
A pesquisa também concluiu que 48% dos familiares dos
agricultores sofrem de problemas de saúde associados ao uso de substâncias
químicas, como dores de cabeça persistentes e vômitos. O estudo revelou, ainda,
que aproximadamente 80% das famílias se desfazem dos resíduos inadequadamente,
jogando os recipientes vazios de agrotóxicos nas florestas ou queimando-os.
Ainda em relação ao uso de agrotóxicos e seus efeitos, entre
os fumicultores observa-se maior risco de desenvolvimento de alterações
comportamentais, que podem evoluir para depressão e até suicídio. Estudo de
1996 encontrou fortes indícios da relação entre a utilização de pesticidas na
fumicultura e o aumento das taxas de suicídio no município de Venâncio Aires
(RS), um dos maiores produtores de fumo em folha da região.
Entrave ao desenvolvimento
A colheita das folhas de fumo ocorre em dezembro e janeiro,
na qual se utiliza, massivamente, a mão-de-obra infantil. Tanto que o
calendário escolar da região do fumo teve que se adequar a esta realidade,
antecipando o término do ano letivo ao início da safra.
25% de todos os incêndios são provocados por pontas de
cigarros acesos, tanto domésticos quanto em matas e florestas, o que resulta em
destruição e mortes.
Fumo passivo
Estudos revelam que entre pessoas expostas ao fumo passivo
há risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão, 30% mais risco de sofrerem
doenças cardíacas e 25% a 35% mais riscos de terem doenças coronarianas agudas.
Além disso, a propensão à asma e à redução da capacidade respiratória é maior
neste grupo.
Um recente e importante avanço na política nacional de
controle do tabagismo foi alcançado com a aprovação, pela presidente Dilma
Rousseff, da Lei Federal 12.546/2011, que proibiu o fumo em recintos coletivos
fechados em todo País.
Com a aprovação dessa medida, o Brasil enfatiza o
cumprimento do artigo 8º da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT),
que determina que os países que assinaram o documento adotem medidas para
proteger a população dos riscos do tabagismo passivo em ambientes públicos,
locais de trabalho e meios de transporte.
Segundo a OMS, a poluição tabagística ambiental, resultado
da fumaça exalada pelo fumante, é a maior causa de poluição de ambientes
fechados e a terceira maior causa de morte evitável no mundo.
O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina e
monóxido de carbono, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a
fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.
No Brasil, pelo menos, 2.655 não fumantes morrem a cada ano
por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. O que equivale dizer que, a cada
dia, sete brasileiros que não fumam morrem por doenças provocadas pela
exposição à fumaça do tabaco.
Você está querendo parar de fumar? Pare de fumar sem virar sua vida de cabeça para baixo!
Mas será tão fácil assim?
Para aqueles que não fumam, parar de fumar pode parecer algo
simples. Basta querer.
Muitas vezes essa decisão é adiada para evitar o
"desconforto" de ficar sem o cigarro. Outras, por acreditar que é
possível parar a qualquer momento. Podemos ainda buscar o momento ideal ou
esperar que a vontade e a certeza de querer parar de fumar apareçam! Que tal
pensar um pouco sobre essa decisão?
São cerca de 4.720 substâncias tóxicas existentes na fumaça
do cigarro que trazem risco à saúde. Além das mais conhecidas, como nicotina e
monóxido de carbono, a fumaça do cigarro contém substâncias radioativas como
polônio 210 e cádmio (aquele das baterias dos carros).
Mas você pode argumentar...: "Muitas pessoas fumam e
não adoecem. Outras não fumam e adoecem”. O importante é entender o que é se
expor a riscos.
Por exemplo: se você atravessar uma rua movimentada de olhos
fechados, poderá chegar ao outro lado sem se machucar – mas o risco de ser
atropelado é bem maior do que se você atravessar de olhos abertos na faixa de
pedestres. Da mesma forma, se você fuma, está se arriscando mais do que aqueles
que não fumam.
O que acontece de bom se você parar?
Estatísticas revelam que os fumantes, comparados aos não
fumantes, apresentam risco:
- 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão;
- 5 vezes maior de sofrer infarto;
- 5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema
pulmonar;
- vezes maior de sofrer derrame cerebral
Além desses riscos, as mulheres fumantes devem saber que:
- o uso de
anticoncepcionais associado ao cigarro aumenta em 10 vezes o risco de sofrer
derrame cerebral e infarto;
- grávidas fumantes aumentam o risco de ter aborto espontâneo
em 70%; perder o bebê próximo ou após o parto em 30%; o bebê nascer prematuro
em 40%; ter um bebê com baixo peso em 200%.
- Fumar é um risco à saúde que podemos evitar
- Ao parar de fumar seu corpo vai recebendo benefícios
constantes. Veja só:
- Após 20 minutos - A pressão sanguínea e a pulsação voltam
ao normal
- Após 2 horas - Não há mais nicotina circulando no seu
sangue
- Após 8 horas - O nível de oxigênio no sangue se normaliza
- Após 12 a 24 horas - Seus pulmões já funcionam melhor
- Após 2 dias - Seu olfato já percebe melhor os cheiros e o
seu paladar já sente melhor o sabor da comida
- Após 3 semanas - Você vai notar que sua respiração se
torna mais fácil e a circulação melhora
- Após 1 ano - O risco de morte por infarto já se reduziu à
metade
- Após 5 a 10 anos - O risco de sofrer infarto será igual ao
das pessoas que nunca fumaram
O mais
importante é escolher uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Esse
dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e
procure programar algo que goste de fazer para se distrair e relaxar.
Você pode escolher duas formas para deixar de fumar
Parada imediata
Essa deve ser sempre a primeira opção. Você deixa de fumar
de uma só vez, cessando totalmente de uma hora para outra.
Parada gradual
Você pode usar esse método de duas maneiras
Reduzindo o número de cigarros. Para isso, é só contar o
número de cigarros fumados por dia e passar a fumar um número menor a cada dia.
Adiando a hora em que fuma o primeiro cigarro do dia. Você
vai adiando o primeiro cigarro por um número de horas predeterminado a cada dia
até chegar o dia em que você não fumará nenhum cigarro.
Se você escolher a parada gradual não deve gastar mais de
duas semanas no processo.
Mas, atenção!
Fumar cigarro de baixos teores não é uma alternativa! Eles fazem
tanto mal à saúde quanto os outros cigarros. Cuidado com os métodos milagrosos
para deixar de fumar. Se tiver dúvidas, procure orientação médica. Somente um
médico poderá avaliar a utilização de outros métodos, como, por exemplo,
adesivos de nicotina.
Parar de fumar significa uma mudança radical em sua vida?
Muitos fumantes acreditam que só poderão parar de fumar se
reformularem totalmente sua vida e ficam imaginando que vai ser tão difícil que
que é melhor nem tentar.
Você não precisa se tornar um atleta, passar a ser
vegetariano radical ou ter uma vida sem amigo ou divertimento. Mas por que não
aproveitar a oportunidade para rever sua rotina e fazer mais algumas mudanças
para melhor?
Geralmente, abusamos da alimentação desequilibrada e de
bebidas alcoólicas; levamos uma vida sedentária e acreditamos que o risco de
adoecer está sempre muito distante.
Pense no que seria possível fazer para mudar sua rotina.
Buscar atividades diferentes pode ajudar quando se está parando de fumar. Para
quebrar as associações que existem entre fumar e sua rotina, é necessário
planejar atividades para colocar "no lugar do cigarro". Você deve
manter seus prazeres e lazeres sem o cigarro. Nesse período inicial, contudo, é
melhor evitar certas situações até que você se sinta fortalecido para lidar com
elas.
Invista em seu preparo físico
Procure iniciar caminhadas, de preferência em lugares
agradáveis. Se não gosta de caminhar, procure outro exercício ou esporte que o
agrade. Preencha seu tempo com algo que você realmente goste de fazer. Dance,
pratique jardinagem, cozinhe pratos diferentes, vá ao cinema, museus, ouça
música, namore, leia, bata papo com os amigos. O importante é cuidar do corpo e
da mente.
O que pode acontecer quando você deixa de fumar?
Fique de olho na alimentação
Se a fome aumentar, não se assuste. É normal um ganho de
peso de até 2 quilos após deixar de fumar porque seu paladar vai melhorando e
seu metabolismo, se normalizando. De qualquer forma, procure não comer mais do
que está acostumado. Evite doces e alimentos gordurosos. Mantenha uma dieta
equilibrada, com alimentos de baixa caloria, frutas, verduras, legumes. Para
distrair a fome, chupe balas ou chicletes dietéticos. Beba sempre muito
líquido, de preferência água e sucos naturais. Evite tomar café e bebidas
alcoólicas. Eles podem ser um convite ao cigarro. Procure trocá-los por chá e
conquetéis sem álcool (como de frutas e tomate).
Lidando com a vontade de fumar
A pessoa que fuma fica dependente da nicotina que é
considerada uma droga. E daquelas bastante poderosas, pois atinge o cérebro em
apenas sete minutos. É normal, portanto, que os primeiros dias sem cigarro
sejam os mais difíceis.
Ao parar de fumar você
pode se sentir ansioso, com dificuldade de concentração, irritado, ter dores de
cabeça e sentir aquela vontade intensa de fumar. Cada pessoa tem uma
experiência diferente. Uns sentem mais desconforto; outros não sentem nada. Mas
não desanime, tudo isso vai desaparecer no máximo em duas semanas!
Nos momentos de estresse
Quando perdemos alguém querido, passamos por dificuldades
financeiras, problemas no trabalho, rompemos um relacionamento, a resposta
automática pode ser o cigarro. Procure se acalmar e entender que momentos
difíceis sempre vão ocorrer e fumar não vai resolver seus problemas!
Se sentir muita vontade de fumar
Para ajudar, você poderá chupar gelo, escovar os dentes a
toda hora, beber água gelada ou comer uma fruta. Mantenha as mãos ocupadas com
um elástico, pedaço de papel, rabisque alguma coisa ou manuseie objetos
pequenos. Não fique parado - converse com um amigo, faça algo diferente,
distraia sua atenção. Saiba que a vontade de fumar não dura mais que alguns
minutos.
Evite o primeiro cigarro e você evitará todos os outros
Exercícios: um recurso saudável para relaxar
Respiração profunda
Respire fundo pelo nariz e vá contando até 6. Depois deixe o
ar sair lentamente pela boca até esvaziar totalmente os pulmões.
Relaxamento muscular
Você pode esticar os braços e pernas até sentir os músculos
relaxarem.
Relaxamento mental
Nas horas em que a vontade de fumar apertar, procure desviar
o pensamento para situações boas que você tenha vivido ou queira que aconteça.
Tente fechar os olhos e lembrar-se de uma música que você goste e te acalme.
Alguns ex-fumantes acabam voltando a fumar por estarem se
sentindo tão bem que acham que podem fumar apenas um cigarro - ou só acender o
cigarro de um amigo. Mesmo uma só tragada pode levar você a uma recaída.
Portanto, todo cuidado é pouco...
Recompense sempre seu esforço
Diariamente: guarde o dinheiro que você gastaria com o
cigarro e conte-o ao final da semana. Pegue o dinheiro que economizou e compre
um presente para você ou para quem gosta; Se preferir saia para fazer um
programa diferente.
Se você não conseguir se segurar e fumar, não desanime!
A recaída não é um fracasso. Comece tudo novamente e procure
ficar mais atento ao que fez você voltar a fumar.
O mais importante é não usar o deslize como justificativa
para voltar a fumar.
Dê a si mesmo quantas chances forem necessárias até
conseguir.
OK, VOCÊ VENCEU!!
(Fonte: INCA - Instituto Nacional do Câncer)
Nota da blogueira insana e fumante: Se você está nessa luta para parar de fumar, não está sozinho, somos milhares pelo planeta! Se nunca fumou, nunca fume. Abandonar o vício é muito mais difícil do que pode parecer.
A todos nós, BOA SORTE!
A todos nós, BOA SORTE!
Todos estão a parar, e nunca param pois!
ResponderExcluirPelo uso do idioma você deve ser de Portugal, Loule? Todos estamos a parar e nunca paramos porque não é tão fácil como acreditávamos quando começamos a fumar! Não bastam as campanhas de conscientização, é preciso ajuda médica, acompanhamento multidisciplinar, além de muita força de vontade!
ExcluirVolte sempre, muito obrigada pela visita!