Uma confusão marcou o discurso do presidente do PSDB, Aécio
Neves, na noite de abertura da 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto
Alegre, nesta segunda-feira (7). Um estudante foi retirado do Salão de Atos da
PUCRS pelos seguranças do evento após fazer um questionamento em voz alta ao
pré-candidato tucano à Presidência.
O senador de Minas Gerais foi convidado a falar sobre
“competitividade” no Fórum da Liberdade. Após fazer críticas ao governo da
presidente Dilma Rousseff, Aécio estava prestes a encerrar sua participação no
evento quando, do fundo do salão, um estudante gritou alguma pergunta, que
pouco deu pra entender. Mencionava “cocaína no helicóptero”.
O tucano deixou o palco sem responder, enquanto o público
vaiava o jovem. Em seguida o estudante, que estava sozinho, foi retirado do
Salão de Atos por dois seguranças. A organização do evento confiscou a
credencial de identificação dele. Disse que opiniões divergentes são aceitas no
fórum, mas que é preciso “educação”.
Na rua, o jovem identificou-se como Marcelo Ximenes, 25
anos, estudante de ciências sociais da PUCRS. Disse que queria questionar o
senador sobre o episódio ocorrido em novembro passado, quando quase 500 quilos
de cocaína foram apreendidos em um helicóptero em nome da empresa de
propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador
Zezé Perrella (PDT-MG), considerado pelo jovem aliado de Aécio.
“Quase me agrediram, foi isso o que aconteceu”, disse o
estudante, reclamando dos seguranças. “Eu gritei alto (a pergunta), já que não
tinha microfone. Se eu colocasse uma pergunta como essa no papel, ninguém ia
ler. Esse não é um espaço democrático, como todo espaço da direita. Que
democracia é essa que não se pode fazer uma pergunta? ”, questionou Marcelo.
Estudante Marcelo Ximenes foi retirado do forúm
por seguranças (Foto: Rafaella Fraga/G1)
por seguranças (Foto: Rafaella Fraga/G1)
O discurso de Aécio
Durante sua palestra,
Aécio Neves falou sobre democracia, cidadania, política e economia, entre
outros temas. Pré-candidato do PSDB à Presidência, não poupou críticas às
atuais políticas do governo federal, sobretudo as políticas sociais e
econômicas. “Temos que deixar de ser um estado paternalista para ser um estado
empreendedor”, defendeu.
Aécio lembrou o golpe militar de 1964 e a retomada do
exercício ao voto. “Eu e os que pertencem à minha geração somos filhos da
democracia e filhos da liberdade. A democracia é a liberdade de pensamento. O
grande desafio da nossa geração é diferente daquela que nos legaram a
democracia. Nosso desafio é transformar a democracia em efetivamente um
instrumento de melhoria na qualidade de vida das pessoas”, apontou.
Sobre política, o senador voltou aos governos anteriores
para listar o que, segundo ele, contribuiu para o crescimento da economia
brasileira e o fortalecimento da democracia. “Eu reconheço avanços. Desde a
reconstrução democrática, ao impeachment de um presidente eleito, o governo de
transição do presidente Itamar [Franco], a modernização da economia, a
privatização de alguns setores, que foram necessários. Todas essas reformas
foram essenciais para que o Brasil avançasse”, avaliou.
Embora breve ao abordar assuntos envolvendo as eleições, o
pré-candidato tucano não deixou de alfinetar o governo da presidente Dilma
Rousseff. “Por maiores que sejam nossas dificuldades, temos o mais valioso
instrumento para mudar as coisas. Nós temos sido administrados por gente que
não quer bem o Brasil”, disse, sob aplausos da plateia simpática a ele. (G1)
blog de merda!!
ResponderExcluir